A Entrevista

   Antes de tudo, quero pedir desculpas pela falta de acentos e cedilhas, mas meus textos terao de ser assim. Detesto linguagem "internetes", mas em alguns casos serei obrigada a fazer uso dela.

   Bom, sei que nao apareco ha' dias por aqui, mas as ultimas semanas foram corridas, a viagem, a mudanca, tudo. Como nao quero perder a cronologia dos fatos, vou contar hoje sobre a minha entrevista e depois atualizo tudo, ate' a minha vida daqui.

   Minha entrevista estava marcada para as 7 horas e 15 minutos do dia 28 de junho. Alex estava comigo. Queriamos ir juntos, porque alem de causar uma boa impressao, eu me sentiria muito mais confortavel e confiante. Acordamos cedo e chegamos no consulado as 6:45am. Fomos para a fila, que nao e' a mesma do visto de turismo. Na nossa frente, oito pessoas.

   As 7 horas, uma funcionaria do consulado passou por cada um de nos para verificar a documentacao, na rua mesmo. Ela olhou minhas fotos - eu tinha duas diferentes - e mesmo assim (como contei no post da lista de documentos) ela disse que nao estavam adequadas e me encaminhou para uma loja de fotografias. La' estava eu e mais umas vinte pessoas. Tirei as fotos novamente - paguei R$10,00 por quatro fotos - e voltei para o consulado. Eu ja' tinha uma senha, que a moca tinha entregue, entao so' entramos, sem parar em fila nenhuma.

   A bolsa passa pelo raio x e eu no detector de metais. Os eletronicos sao proibidos e fora do consulado existem "guardadores ambulantes". Mesmo que tu nao confie, nao ha' outra opcao. Entao deixei dois celulares com eles e paguei R$8,00 por isso. Depois seguimos para o segundo andar, onde sao feitas as entrevistas para vistos de imigracao.

   Chegando la, passamos pela primeira mesa, com a mesma moca que conferiu a documentacao na rua e outra ao lado dela. Ela entrega uma folha com as instrucoes de como organizar a documentacao e outra para ser preenchida, com dados simples. Sentamos, preenchemos e organizamos a documentacao. A ordem pedida e' a mesma que esta no site. Eu organizei toda a minha documentacao em plasticos, mas na hora, e' preciso tirar tudo. Mesmo assim recomendo, pois ajuda a se organizar. Depois de preenchido tudo, as mocas comecam a chamar as pessoas - por ordem de chegada - para conferir documento por documento.

   Apos esta verificacao, elas pedem que aguarde, na mesma ordem, para a entrada nas cabines. A nossa vez, foi la' pelas nove da manha. Entramos, Alex e eu, numa cabine com isolamento acustico e separados do atendente, por um vidro. A comunicacao foi atraves de microfones e este rapaz era brasileiro. Ele estava com o nosso processo, o que a USCIS enviou, com um lindo carimbo vermelho "APPROVED". Olhou documento por documento, do processo e os que eu levei. Fez algumas perguntas sobre os mesmos, pediu que assinassemos os papeis e aguardassemos no local anterior. Isto durou cerca de dez minutos.

   Voltamos para a sala de espera e ja' comecamos a interagir com todo o pessoal que estava na mesma situacao. Muitas meninas, cerca de quatro rapazes e os que estavam acompanhados dos noivos(as) americanos, eu e mais dois. Entao comecamos a aguardar a chamada para a tao temida e esperada entrevista. Uma das mocas explicou que deveriamos aguardar o sinal, que seriamos chamados pelo numero de nossa senha e que, nao existia uma ordem, era aleatorio.

   A primeira pessoa chamada foi um dos homens e sua entrevista com o consul durou aproximadamente cinco minutos. Sim, five, cinco, 5 minutos. Saiu com a aprovacao. O proximo, foi um casal, que conhecemos no consultorio medico. Ela americana, ele bahiano. Ficaram na salinha por mais de uma hora. O suficiente para criar um clima tenso em todos nos que esperavamos. Sairam de la depois de muito tempo e alguns problemas que nao descobrimos, mas com a aprovacao. Nossa senha era a 506 e por enquanto eles tinham chamado o numero 498 e 499. Depois pularam para 501, 503 e 507. As entrevistas seguintes foram rapidas e todas aprovadas. O clima foi amenizando e e' legal se interar das diferentes historias. Se cria um ambiente de cumplicidade e torcida.

   Depois do 507, foi a nossa vez. Entramos juntos. Cuprimentei o consul ou sub consul, nao tenho bem certeza da atividade dele, sentei e ele pediu para que eu deixasse minhas impressoes digitais. Fiz o juramento. E as perguntas comecaram. Foi tudo simples, muito formal e rapido. As perguntas foram: Onde nos conhecemos, quando, como mantivemos contato por todo o tempo que estivemos separados, quantas vezes eu estive nos Estados Unidos, quantas vezes meu noivo veio para o Brasil depois que comecamos a namorar. Ele olhou nosso processo, as fotos que tinhamos enviados a USCIS e comecou a escrever no computador. Este tempo, por mais curto que seja, foi tenso e pareceu uma eternidade. Ate' porque voce nao sabe o que esta' acontecendo. Quando ele parou de digitar, olhou para nos e disse: Bom, o visto foi concedido, voces podem falar com as mocas do balcao que elas informam como proceder com o passaporte. Assim, com um forte sotaque americano. A entrevista foi toda em portugues e durou cerca de dez minutos. As outras provas de relacionamento que levamos, ele nao pediu ou olhou.

   Demos um selinho, um sorriso e saimos felizes. As mocas nos instruiram e descemos ate o guiche do Correio dentro do proprio consulado. Nossa maior preocupacao era a rapidez com que chegaria o passaporte, entao optamos pelo Sedex 10. Pagamos a taxa e saimos de la' ao meio dia, felizes e aliviados!

CHEGUEI!!!!!

   Pessoal!!! Cheguei nos Estados Unidos! Prometo atualizar o blog amanha, pois a viagem foi super estressante e com alguns problemas, portanto estou exausta e ainda me ambientando aqui!!! Mas esta tudo bem!!!!

   Beijossss

Lista de Documentos para a Entrevista

   Antes de eu escrever sobre a entrevista, contando o máximo de detalhes que eu puder, vou relembrar a lista de documentos necessários e dar algumas dicas.

   Todas nós começamos a pensar sobre os documentos quando recebemos a data da entrevista e acessamos a lista do que é preciso levar. E sim, isto é bom! Assim que eu pude, fui providenciando alguns itens e os últimos formulários preenchi uma semana antes da minha entrevista, junto com o meu noivo. Eu, por sugestão de um outro blog que lia, separei uma pasta e um saquinho plástico para cada documento pedido. Realmente isto ajuda muito para a organização e segurança, mas na hora da entrevista, todos os papeis devem ser tirados de plásticos ou pastas. De qualquer forma, sugiro esta técnica.

   Então, na minha pasta amarela, dentro de cada saco continha uma folha com o título do que estava ali e atrás, os documentos. Tudo na ordem pedida pelo consulado! Vamos conferir?

1. Duas fotos 5x5 ou 5x7*
2. Passaporte com até oito meses de validade
3. Taxa de pagamento do visto no Citibank
4. DS-230 Preenchida somente a Part I
5. Duas cópias do DS-156 preenchido online com o código de barras**
6. DS-156 K
7. DS-157
8. Declaração sob Juramento
9. Certidão de Nascimento Original e uma cópia
10. Atestados de Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública***
11. Documentos de Responsabilidade Financeira do seu noivo(a) - I-134 + anexos
12. Laudo do Exame Médico (Envelope Lacrado)

   * Sobre as fotos, conto que tirei duas vezes e mesmo assim, no dia da entrevista, pediram que eu tirasse novamente pois uma orelha minha aparecia mais do que a outra. Minha dica: Prendam o cabelo com um rabo de cavalo, esqueçam vaidade e mostrem bem as orelhas!!!! As duas!!! Sem esquecer das outras exigências feitas, que estão no site.

   ** É importante lembrar que o formulário DS-156 DEVE ser preenchido online. Vi duas pessoas voltando pra casa sem ter nem a chance de mostrar o resto dos documentos pois simplesmente imprimiram e preencheram as questões sem emitir o código de barras exigido.

   ***Sobre os atestados de antecedentes criminais, eles PODEM ser emitidos pelos sites destes órgãos. Não é necessário ir até a sede da polícia. E lembre que você deve levar um atestado da Polícia Federal e tantos atestados da Secretaria de Segurança Pública quantos Estados você já residiu por mais de seis meses.

   

   Além destes documentos, separamos mais uma pasta, com as provas de relacionamento. Aqui, levei um álbum de fotos nossas com legendas, contas de telefone, e-mails trocados entre nós dois e com a família do meu noivo, passagens e reservas de hoteis. Estas provas nem sequer foram pedidas, mas vale levar no caso de que seu relacionamento seja  questionado.

   Dos documentos, não assinei nenhum. Preferi fazer tudo no momento da entrevista, pois não tinha certeza de que teria que fazer na presença de alguém do consulado.

   Depois de separar, preencher, organizar tudo, não esqueça de revisar toda a papelada novamente. E quando chegar no Rio de Janeiro, antes da entrevista, revise mais uma vez, ou quantas vezes forem necessárias para a sua segurança. Sei que pode parecer neura, mas pelo menos, assim, deu tudo certo comigo!

   BOA SORTE PARA TODOS!!!

O Passaporte Chegou!!!

   Estou muito feliz!!!! O meu passaporte com o visto e o envelope lacrado chegaram hoje!!! Sim, já chegaram!!!

   Nossa entrevista foi na terça-feira passada, dia 28. Optamos pelo Sedex 10 - a forma mais rápida de envio - e o prazo estipulado para o envio do envelope era de até dez dias, o que nos preocupava. Mas deu tudo certo! Ontem, quinta-feira, dia 30, recebi um e-mail do próprio Correio avisando que o passaporte já havia sido postado. Junto recebi um número para rastreamento e hoje, ele já estava aqui na minha casa.

   Dentro do pacote, veio o famoso envelope lacrado que só deve ser aberto pelas autoridades da imigração do local americano onde eu desembarcar, o passaporte com o visto e uma carta me parabenizando e dando instruções de como proceder, em português e em inglês.

   O custo do envio de Sedex 10 para a minha localidade foi de R$58,40. Há opções mais baratas com espera um pouco mais longa.

   Agora é correr para fazer as malas!!!

Consulta e Exames Médicos

   Bom, agora que já estou mais descansada e aliviada, escrevo os posts prometidos...

   Uma das requisições para o visto K1 é a consulta médica. Esta consulta deve ser feita apenas por profissionais indicados pelo consulado em alguns estados brasileiros, médicos que tenham habilitação internacional. No Rio Grande do Sul, para minha infelicidade, não há nenhuma indicação. O mais próximo seria Curitiba, mas como não queria ter gastos extras e perder tempo, optei por fazer no Rio de Janeiro, dias antes da entrevista. E da lista de três médicos, escolhi o Dr. Alexandre Buescu, que tem consultório em Botafogo. A consulta custou R$200,00.

   Para a consulta são necessários os seguintes documentos:

• Três fotos 3x4
• Passaporte
• Carteira de Vacinas*
• Exame Ginecológico (Citopatológico/Pré Cancêr)**
• Raio X do Pulmão***
• Exame de Sangue***
• Case Number

   * Carteira de Vacinas: No meu caso, como eu já tive catapora quando criança, só precisava da dose da vacina Antitetânica e da Tríplice Viral, que tomei no Posto de Saúde da minha cidade, sem custo nenhum.

   ** O exame ginecológico pode ser feito com o seu médico mesmo e deve ter validade de um ano. Como eu já tinha feito meus exames de rotina em dezembro, aproveitei o que eu já tinha.

   *** O raio x do pulmão e  exame de sangue devem ser feitos em laboratórios na mesma cidade do médico consultado e ele mesmo indicará os laboratórios conveniados. O raio x custou R$75,00 e a coleta de sangue R$28,00.

   Eu liguei com mais de um mês de antecedência para marcar a consulta e fiz várias perguntas, pois prefiro sempre me precaver. Minha entrevista estava agendada para terça-feira, dia 28 de junho e minha consulta ficou para o dia anterior. Da mesma forma, preferi ir na sexta, dia 24 até o consultório, pegar as requisições e seguir para os laboratórios. Em cada um frisei a urgência e a importância que tinha de retirar os exames na segunda, antes das 10 horas, comentando que estava aplicando para o visto. Dessa forma, os prazos de entrega foram reduzidos.

   Na segunda, retirei os exames e segui ao consultório. Fui muito bem atendida pelo médico, que me fez algumas perguntas sobre doenças, cirurgias, fumo. Depois ele me pesou, mediu e verificou a minha pressão. Preencheu alguns papeis e pediu que eu guardasse a carteira de vacinações que ele emitiu, pois disse que seria necessária nos Estados Unidos, quando eu tiver que mudar o status. Após, selou um envelope, que me foi entregue e pedido para que não abrisse. Este envelope é anexado na lista de documentos necessários para a entrevista.

   Ali conhecemos um casal, ela americana, ele brasileiro, na mesma situação e que teriam a entrevista no mesmo horário que o nosso. Pegamos nossos documentos e seguimos com a sensação de mais um goal reached.

   

O visto e nosso!!!!

   Nao reparem a falta de acentos, mas quis passar rapidinho para dizer que o visto foi APROVADO!!!! Depois, com calma escrevo um post sobre os exames medicos e a entrevista. Agora quero comemorar e descansar, pois acordei as cinco e meia da manha!!!

   Agora e so esperar o passaporte e comecar a minha nova vida!!!

   UHUUUUUU!!!! 

   

Nervosismo e Distância

   Ai ai... as datas se aproximam e o frio na barriga aumenta!!! É um paradoxo muito grande todos estes sentimentos que temos no desenrolar desta história. Vontade de ir mas de ficar, nervosismo e realização, calma e histeria. Hoje eu estou assim. E beirando um ataque de nervos, mas tentando manter a calma. Hehehe

   Amanhã, a esta hora, já vou estar com o meu amor, depois de quatro intermináveis meses. Foi a primeira vez que ficamos tanto tempo longe. Sei que muitos casais na mesma situação que a gente, ficam mais tempo longe. Lembro da minha grande amiga Bina - que será minha madrinha de casamento -, ela viveu a mesma história, mas ao contrário. Era o namorado que esperava, o namoro à distância durou alguns anos e eles chegaram a ficar sete meses longe. Eu achava que não aguentaria, mas a gente se adapta a tudo nesta vida, e a distância virou costume. Claro que não é um costume bom, é difícil, é chato, mas no início é bem pior.

   Nosso meio de comunicação mais utilizado foi o Skype e no início do namoro chegamos a passar nove horas conversando e se fazendo companhia. Com o tempo, confesso, que as conversas via skype se tornam cansativas pois a vontade de estar junto na vida real é bem maior do que na virtual. Mas assim levamos o namoro de quase um ano.

   Agora, depois de quatro meses longe, estamos prestes a nos encontrar novamente e matar esta saudade que consome a alma, a paciência, às vezes até a sanidade. Óbvio que estou nervosíssima, ansiosa, mas feliz! 

   E vocês? Como lidam ou lidaram com a saudade?

Festa e Vestido

   Aproveitei a ida para Porto Alegre e fui atrás de umas rendas mais bonitas e em conta para o meu vestido. Bom... bonitas eu achei várias, quase morri escolhendo! Baratas, nada. 

   Resolvi mandar fazer o meu vestido de noiva numa costureira normal. Não optei por um atelier de noivas, pois noso casamento será bem simples, apenas para comemorarmos esta data tão, mas tãoooo esperada! Será em casa, com alguns amigos e familiares e por isso não quero nenhum vestido pomposo, o que também não faz o meu estilo. Além do que, neste momento economizar é lei!

   Também conseguimos chegar num consenso de data do tão esperado dia! O que me deixa um pouco apreensiva, pois não será tão rápido e aliviada em saber que já temos o dia e que várias pessoas participarão. Infelizmente, a minha família não irá, o que me deixa triste, mas eu também entendo. Fico feliz por alguns amigos de longa data daqui que participarão! 

   Nesta semana ainda faço umas das últimas provas e depois é só organizar o resto! E para os que não puderem comparecer, queremos muito organizar uma festa, daqui um tempo, aqui no Brasil. Assim vamos todos comemorar esta emoção!

   Vou tentar dormir, já que isto é uma das coisas que menos tenho conseguido, à medida que o tempo encolhe e as datas se aproximam! Beijos

Taxa do Visto

   Um dos requisitos para a entrevista é o pagamento da taxa do visto. Esta taxa só pode ser paga em alguma agência do Citibank. Bom, em Novo Hamburgo, região metropolitana do Rio Grande do Sul, não tem Citibank, então lá fui eu, hoje, até Porto Alegre para pagar a tarifa. É importante lembrar, antes de mais nada, que é preciso levar o seu passaporte. O número da inscrição aparecerá no comprovante de pagamento. Outra coisa, é que a taxa deverá ser paga em moeda corrente, real, em espécie ou cheque Citibank. Não são aceitos cheques de outros bancos.

   O valor para o visto de noiva é USD350,00, a taxa de conversão é estipulada mensalmente pela Embaixada Americana. É algo fixo e para mim, foi R$1,70, ou seja, paguei R$595,00 somente para solicitar o visto e lembrando que isto não é garantia de que receberei a aprovação. Mas claro que nem quero pensar nisso!!!

   Uma coisa que quero escrever é que tanto quando liguei para o banco, quando fui pessoalmente e disse que gostaria de pagar a taxa do visto, houve uma certa dificuldade pelas atendentes de entender que não se tratava do visto de turismo. Portanto, especifique bem, pois nas duas vezes, me falaram que a taxa era de R$255,00. Esta é a taxa para o visto B, então diga claramente que a sua aplicação é para o visto K1, de noiva. Os atendentes possuem uma tabelinha e ali podem consultar. É melhor ter certeza do que arriscar, pagar menos e chegar no dia de sua entrevista e dar meia volta.

   Antes de sair para o banco, revise sua bolsa e atente para os R$595,00 e o passaporte. Na volta, guarde muito bem o comprovante e não esqueça de levá-lo no momento de sua entrevista. Ele é um dos primeiros itens a serem verificados na entrada do consulado.

  

Transporte de Animais

   Para os que me conhecem, não é nenhuma novidade o meu amor por animais. Eu digo que sou "bicheira", pois não me denomino cachorreira ou gateira, eu gosto de bicho mesmo. Mas hoje tenho um casal de gatinhos, que adotei em situações diferentes. Eles são como filhos pra mim, e uma das perguntas que mais tenho escutado é: "E o que tu vai fazer com os teus gatos?" Oras, vou levá-los comigo! 

   Desde que decidimos que nosso destino seria os Estados Unidos, levar os gatos era uma condição. A fêmea é uma gata adulta, esperta e meio temperamental. O macho é idoso, tem deficiência em uma das patas, é muito carente. Além de eu não conseguir me desfazer deles, arrumar uma casa para o Miró seria bem complicado. Meu coração aperta só de pensar.

   Então começaram as pesquisas sobre como levar os gatinhos para o maior evento da vida deles. A primeira coisa é que sim, a viagem é muito estressante para um animal, para gatos então, mais ainda. Gatos são animais desconfiados, que são muito ligados ao ambiente em que vivem e que reagem a qualquer mudança. E ainda me pergunto qual será a melhor forma de levá-los, na cabine ou no porão. Bom, eu optei pela cabine e que São Francisco de Assis me ajude!

   Para levar algum animal em viagens é preciso saber o que o país de destino e também, a companhia aérea exigem. No caso dos Estados Unidos, é bem simples e a TAM pede mais do que o prórpio país. Fiz algumas pesquisas, escrevemos para a embaixada, consultamos sites e o necessário para a mudança é o seguinte:

• Carteira de Vacinação do animal, com atestado da anti-rábica (eu aproveitei e renovei também a Tríplice Felina)
• Atestado de Saúde do animal, emitido pelo veterinário responsável (validade 3 dias)
• Atestado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido pelo Ministério da Agricultura (validade 3 dias) 

    

   É importante observar algumas dicas. Eles só exigem a vacina anti-rábica, mas nos Estados Unidos, elas são muito mais caras do que no Brasil. Então além de prevenir seu peludo, você economiza. Para esta vacina, vale à pena lembrar que ela precisa ser feita no mínimo trinta dias antes da sua viagem. O Atestado de Saúde do Animal, deve constar que ele está livre de qualquer doença infectocontagiosa e de parasitas, além de descrever minuciosamente cada bichinho. Este atestado tem validade de três dias! E o Atestado emitido pelo Ministério da Agricultura também deve ser feito uns três ou dois dias antes da viagem.

   Liguei para o Ministério, no número 0800 704 1995 e fui muito bem atendida, por uma moça que me deu algumas informações básicas e o contato de Porto Alegre. Aqui liguei para a sede do Aeroporto Salgado Filho, onde devo seguir para conseguir o CZI. Conversei com o veterinário responsável e fui outra vez muito bem atendida. Para este atestado,  após a visita no veterinário, vou até o térreo do aeroporto, apresentar os documentos e retirar o CZI. Não há custos.

   Na TAM, companhia pela qual irei viajar, após a compra das passagens, liguei e fiz o pedido para levar os gatos na cabine. Vale lembrar que só é permitido um animal por passageiro na cabine, ou seja, poderei levar os dois, pois o Alex estará junto. Você liga, pede, dá os dados do animal e espera o retorno com a confirmação. Liguei na sexta passada e ainda não tive resposta. Para levar na cabine é necessário que o animal seja transportado em uma caixa resistente, as de pano não adiantam, pois se houver turbulência, o bichinho pode sofrer. Eles vão nos pés e as medidas da caixa são malucas. Procurei em várias petshops e não existe a tal medida minúscula, então comprei a menor. O importante é que o animal consiga dar uma volta em torno de si e que, juntamente com o kennel, o peso não exceda dez quilos. O valor para Miami é de USD150,00 por animal. É preciso separar um dinheiro extra, pois há gastos com as caixas, vacinas, veterinário e a companhia.

   Sei que este post já está extenso, mas não posso deixar de dizer que é preciso acostumar os meninos nas caixinhas. Então estou as deixando na sala, coloco as cobertinhas dentro, comida, snacks e incentivo a entrada deles, brincando e fazendo companhia. Isto facilita para que no momento da viagem, o trauma não seja tão grande. 

   Para animais que não possam ir na cabine, a opção é a carga. O que já me informei é que é até mais segura e confortável para os animais, já que as caixas podem ser maiores e é permitido alimentar e dar água. Não se preocupem, pois a temperatura é controlada e em alguns casos até a iluminação é. De qualquer forma, coloco alguns links que podem ajudar. 

Boa sorte e boa viagem!!!

• Ministério da Agricultura Brasileiro 
• TAM 
• DOC-DOG Assessoria em Transporte de Animais 
• Departamento de Agricultura dos Estados Unidos 

Correndo

   Passando rapidinho para dizer que estou correndo atrás de tudo o que precisamos. Sexta fui na costureira mandar fazer o meu vestido de noiva! Simples e por isso mesmo que estou mandando fazer. Levei os gatos no veterinário para vacinar e deixar quase tudo pronto para a viagem. Hoje a corrida foi grande, pois tinham ainda algumas questões de trabalho e rescisão para resolver. Também chegaram as nossas fotos, que mandei imprimir para fazer o álbum para o dia da entrevista. Estou organizando e colocando legendas. Por isso, volto depois com um post melhor! Beijossss

A Sortuda Mais Azarada

   Faz tempo que eu não apareço por aqui. Mas comecei a corrida atrás de tudo o que precisamos e quando não estou correndo, estou pensando em tudo o que temos a fazer. Confesso que meu ritmo deveria estar mais acelerado, não sei porque ando mais preguiçosa. Na verdade, é muita coisa para fazer. E quanto mais chega perto, o frio na barriga aumenta e eu, tenho uma grande tendência a me paralisar, com o medo. Engraçado como algo que tanto se quis, numa hora te dá medo. 

   A carta do consulado ainda não chegou. Isto me preocupa um pouco. Não por não sabermos da data da entrevista, isto já está certo, com o e-mail registrado, passagens compradas; mas pelo fato de que me faz pensar o quanto demorará para chegar o meu passaporte após a entrevista. Quando seu visto é aprovado, seu passaporte fica no consulado e depois de um certo prazo, eles o enviam para a sua casa. Bom, cada coisa de uma vez.

   Costumo dizer que as coisas sempre dão certo para mim, mas até isto acontecer, o caminho é árduo, cansativo, me atrevo a dizer que sou a sortuda mais azarada que existe. Depois de todo este sofrimento de espera, recebemos a aprovação do processo e vejam, a carta ainda não veio. Entramos em contato com o consulado várias vezes até conseguirmos a data da entrevista. Depois, fomos nos organizar em relação a datas. Meu noivo vem para o Brasil, para irmos juntos à entrevista. Isto não é obrigatório, mas é recomendado e é lógico que queremos estar juntos neste momento. Eu, preciso me deslocar até o Rio de Janeiro, e preciso voltar para Novo Hamburgo, precisamos de tempo. 

   Começamos a olhar as passagens para os Estados Unidos e aí atiraram um balde de água fria nas nossas cabeças. Eu iria de milhas, afinal, qualquer dinheiro economizado neste momento é de grande valia. Ele viria por São Paulo, pois as aeronaves são melhores e precisamos de um pouco de conforto, uma vez que levaremos meus dois gatos juntos (assunto para outro post). Enfim... Dólar baixo, alta temporada em Miami, férias escolares, compras coletivas e nós, sem passagens viáveis. São Paulo, nem pensar, conseguimos uma pelo Rio, mais cara do que o normal, mas conseguimos. E a minha? Esquece milhas!! Estão pedindo três vezes a quantia de milhas normais e pagar três vezes em reais também é impossível. Pensamos em várais alternativas e o decidido seria adiar a minha ida por mais dois meses, até que as passagens se estabilizassem. Sim, tudo é complicado!

   Mas como eu disse, no final tudo dá certo!!! Por sorte, temos amigos sem explicação, amigos-irmãos, coisa rara hoje em dia. Então que nosso querido amigo Gui, nos presenteou com a absurda quantia de milhas exigidas para irmos na data em que gostaríamos. Muita sorte, né? Muita amizade! Isto é uma coisa que não me assusta em morar lá. Tenho grandes e importantes amigos aqui, mas na Flórida também.

   Ontem, compramos as passagens, marcamos os assentos. Ontem, decidimos a nossa casa, enviamos os papeis para análise e fomos aprovados. Quer azar mais sortudo do que esse? Minha vida está se encaminhando, tô nervosa, tô feliz e sim...

WE HAVE A HOME!!!

 

Good News

   Eu já estava meio desanimada e sem vontade de escrever, mas hoje tivemos a boa notícia!!! Não, a carta do consulado ainda não chegou. Mas como já tinhamos ligado para o National Visa Center, para onde são direcionados os processos aprovados, para depois seguirem aos consulados e embaixadas específicas, estávamos com o número do processo aprovado e sabíamos que no dia 28 de abril ele tinha sido enviado ao Rio de Janeiro. Ontem, depois de vinte dias de espera, resolvemos escrever mais uma vez para o consulado afim de obter alguma luz. Pois hoje, recebemos a resposta e a minha entrevista foi marcada!!!! SIMMMMM, eu tenho uma data e uma perspectiva de poder ir para os Estados Unidos, começar a viver a minha vida com o meu noivo!!!  

   A carta ainda não chegou, mas eles enviaram as instruções por e-mail, que na verdade eu já tinha lido tudo, semanas atrás. Agora é começar a correr atrás da papelada! Fuiiii e volto com mais novidades!

Os Longos e Intermináveis Prazos

   Quando optamos pelo K1, o prazo estipulado pela USCIS e outras consultas que fizemos, era de três meses. Pelos nossos cálculos, em fevereiro eu já estaria em Miami, em março nos casaríamos e em abril faríamos nossa lua de mel. Mas estas datas estavam super otimistas, sendo que, ainda nem sei a data da minha entrevista de visto.

    Sim, volto a falar, que se paciência é algo que não tens na vida, tu aprende a pelo menos desenvolver um pouco. Os dias passam e as mudanças no processo não acontecem. Isto é normal. Já no início de janeiro, descobrimos que os prazos do escritório onde estava o nosso pedido, Vermont, eram de cinco meses. E então, começamos a repensar nas datas que estávamos organizando.

   Quando se recebe a carta da USCIS e o número do seu processo, é possível acompanhar via site o status do seu caso. É só digitar o número recebido e verificar em que ponto ele se encontra. O primeiro passo é a Aceitação/Acceptance, que é o dia em que eles recebem a sua correspondência e quando eles aceitam ou rejeitam, caso haja alguma inconformidade. Este passo leva dois dias úteis. E abaixo do ícone do título, eles afirmam que recebram o seu processo, a data e se ele está de acordo ou não.

   Após temos a Revisão Inicial/Initial Review e aí, podem deixar a compulsão das consultas diárias de lado, e dar um tempo para a sua cabeça. Nesta fase,  onde eles analisam cada documento, cada prova, cada formulário, foram longos e cansativos meses, sem nenhuma vírgula mudada. Nossas visitas ao site eram diárias, até que decidimos tentar evitá-las e seguir com a vida. Nesta altura, eu já tinha comunicado no meu trabalho que sairia, por volta de maio e tentava, em vão, não criar expectativas maiores.

   Janeiro se foi, tentávamos não perder a esperança de que as coisas se resolveriam antes do prazo estipulado. Nada. Este foi um tempo muito difícil. Alex e eu não queríamos gastar com mais uma viagem. Nossa ideia inicial era um encontro somente no momento da entrevista no consulado, mas o tempo passava, a saudade aumentava, as conversas via skype começam a ficar cansativas e as contas de telefone altas. (Depois quero escrever um post sobre as alternativas que criamos para uma comunicação mais eficaz e barata) Então decidimos nos ver mais uma vez, depois de 66 dias. Ele foi embora no dia 20 de fevereiro e as coisas continuavam iguais.

   Março passou e sabíamos que no dia 19 de abril teríamos o prazo estourado. Eu também me cadastrei no site da USCIS para receber por e-mail qualquer update do nosso caso. Mas confesso que isto, no fundo, não fez a menor diferença para mim e mais tarde foi o que me fez descobrir a aprovação. Me cadastrei, mas continuava a consultar o site diariamente. As primeiras semanas de abril foram exaustivas e eu, pouco otimista que sou, gastei o equivalente a uma vida de energias positivas ali. Sem resultado. A partir do dia 15 de abril, já cogitávamos um certo atraso na decisão da Imigração. E por muitas vezes, me passou pela cabeça, rejeição ou pedido de novas provas.

   Passado o tempo, eles podem sim, pedir maiores explicações ou provas que confirmem a veracidade da relação e daí, é mais tempo esperando. Mas não foi o que aconteceu conosco. Dia 18 de abril, um dia antes de vencer o prazo estipulado, fiquei o dia inteiro consultando o site, sem mudança qualquer. No dia seguinte, acordei e sem conseguir explicar, não chequei meus e-mails como de costume. Fui pro trabalho e também não entrei no site, estava meio desesperançosa. Quase nove horas da manhã, lembrei de ler os meus e-mails e ali estava o tão esperando comunicado da USCIS, às 05:38 am. Até então, não tinha lido o conteúdo e já tremia tanto, que não tinha nem coragem de abrí-lo. Mas a curiosidade era maior e para a nossa felicidade, o e-mail dizia que nossa petição estava APROVADA! Entrei correndo no site, confirmei e liguei pro Alex, infinitas vezes até acordá-lo e dar a boa notíca. Enfim, depois de certos 5 longos meses, os Estados Unidos da América aceitaram o nosso pedido de amor!

O Meio da História II

   Hoje é um daqueles dias em que estou tentando lidar com as frustrações das expectativas geradas por este processo. Expectativas e frustrações são sentimentos que nos acompanham, quase que diariamente, e é necessário aprender a conviver com eles.

   Sexta-feira 13 e lógico que não seria hoje o dia de uma boa notícia. Abri a caixa de correspondência e ainda não recebemos a carta do consulado marcando a entrevista. Mas ok. Este assunto fica para mais tarde, já que gostaria de seguir um regra cronológica por aqui. Foi mais um desabafo mesmo.

   Voltando ao post anterior, peço desculpas pela demora, mas o Blogger estava fora do ar, em manutenção. 

   Em novembro decidimos que não utilizaríamos serviços jurídicos e seguiríamos sozinhos. Sim, o dinheiro pesou nesta decisão, uma vez que contratando um advogado, pagaríamos USD2.500,00 mais as taxas normais do processo. Então, fomos em busca de tudo o que deveríamos e poderíamos fazer. Separamos nossas fotos, preenchemos os formulários necessários, escrevi a carta de intenções e enviamos toda a documentação com o cheque de USD455,00 para a USCIS*.

   Não demorou muito para eles receberem nossa correspondência e descontarem o cheque, o que foi um bom sinal, sinal de que nosso processo estava nas mãos de quem deveria. E logo mais, o Alex recebeu a carta com a confirmação de recebimento da documentação e com o número do nosso processo. Sim, já éramos um número e já tínhamos um sorriso esperançoso. Estava começando a corrida, que para nossas cabeças, era de 3 meses.

   No final de novembro, Alex veio passar 3 semanas nos Brasil. No primeiro dia juntos, tive uma linda e grande surpresa: o anel de noivado! Estávamos oficialmente noivos e com o nosso pedido de visto na imigração!

*USCIS - United States Citizenship and Immigration Services - http://www.uscis.gov/portal/site/uscis

O Meio da História

   Bom, então vamos ao que interessa... Trocar experiências! 

   Vou começar pelo meio da história. Sim, pelo meio, porque o início foi há 11 anos. Quem sabe um dia eu conte por aqui, mas a ideia do blog é outra. Neste espaço prefiro relatos e informações sobre a distância que separa meu noivo e eu e o que estamos fazendo para unir os hemisférios.

   Nos reencontramos - Alex e eu - em julho de 2010, depois de dez anos, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, onde eu moro. Ele vive na Florida, Estados Unidos, onde eu o conheci. De amigos, passamos a namorados e a partir daí, nossas vidas mudaram como nunca poderíamos imaginar.

   Nos vimos no mês seguinte, mas até então nossa maior preocupação era encontrar uma data adequada para nos vermos novamente. Em setembro, nos encontramos na Bahia e foi a despedida mais difícil que tivemos. Depois dessa viagem, enfrentaríamos, pela primeira vez, dois longos meses separados e àquela altura, a vontade de ficar juntos era cada vez maior. 

   As conversas já tendenciavam para os planos futuros e começamos a discutir a respeito das opções que tínhamos: ele se mudar para Novo Hamburgo, eu me mudar para os Estados Unidos ou nós dois mudarmos para o Rio de Janeiro - cidade natal do meu noivo. Depois de muita conversa e análise de cada alternativa, definimos que, pelo menos para iniciar nossa vida juntos, a Florida seria a melhor opção. E então começamos a pesquisa de qual seria a forma de por a decisão em prática.

   Pesquisamos, conversamos com algumas pessoas, com uma advogada (um papo informal apenas para esclarecimentos), analisamos os casos e optamos pelo visto de noiva - K1. Esta modalidade consiste em encaminharmos um pedido à imigração americana, para que o Alex - cidadão estadunidense - possa levar sua noiva - no caso eu :) - para o seu país. Concedido o visto e eu em solo americano, temos três meses para casar e regularizar a situação. Ou seja, é um visto condicionado ao casamento.

   E foi então que deu-se a largada para o preenchimento de vários formulários, cartas escritas, arrecadação de provas, fotos e tudo o que mais fosse necessário para o início do nosso processo...

Continuo amanhã esta história.

Sobre o Blog

   Vou usar este espaço para narração de histórias e dicas sobre nossas experiências à longa distância, a decisão da mudança, a corrida pelo visto para outro país. Pois depois de tempos, percebemos que existem tantos casais como nós, cheios de dúvidas, crises, sonhos e expectativas, vivendo nesta mesma loucura.

   Espero que com estes textos possamos ajudar aos próximos e até mesmo trocar vivências pelo que ainda está por vir. Aguardo comentários!

   Sejam todos bem vindos!!!